O sol se punha diferente. as noites, sempre tristes... vindo dos troncos, trazidos pelos ventos, uivos e gritos de dor, de quem batia e de quem apanhava sem saber porquê. por quê? e, em meio a tantas tristezas, nascia mais um mulato.
Emaranhado de roupas
Escondendo corpo escultural
Escrava negra, bonita
Tempo mau
Senhorzinho, senhor da festa
Fruta fresca no quintal
Vai nascer mais um mulato, vai
Sem ter amor
Com muita dor fazia
Sem ter amor
Com muita dor paria
Era raro o senhor
Que conhecia
Mais um rebento
Que surgia, na plantação
O coração da mãe, doía
Escorria dos olhos
Pétalas de flor
Clamava aos céus
Cadê o amor?
Dos homens, dos homens
Tem dó, meu senhor
Mulato, mulato
Filho de escrava
E senhor
Mulato, mulato
Açoitado, mãe
Sentindo a dor